História
da nossa família, comunidade e projecto até aos dias de hoje...
Um ano depois de nos termos conhecido, encontramos o Projecto Vida Desperta (ALP). O reconhecimento foi tão grande, que rapidamente conhecemos o Pete e a Cynthia, fizemos um retiro de meditação num fim-de-semana, participamos num curso de introdução à Permacultura e fizemos também o curso de Evolução da Consciência com o Pete. Todas estas experiências nos mostraram que era possível viver de uma forma mais livre e plena. Em pouco tempo despedimo-nos dos nossos empregos, fizemos 2 retiros de meditação e evolução de 2 semanas e passamos 1 mês como voluntários na Quinta da Mizarela.
Este período foi decisivo para a nossa relação, e no Natal de 2011 tivemos como prenda o anúncio da vinda do nosso primeiro filho. Este foi um ano em cheio, com muitos desafios, descobertas e transformações. Depois de muito ponderar, decidimos comprar terreno na zona centro, perto do ALP e ao lado de outra família com muitos interesses partilhados. Apesar de a Teresa querer muito ter o Miguel já no nosso terreno, acabamos por o ter ainda em Gaia, mas mudamo-nos de vez para Esculca a tempo de celebrar o novo ano de 2013!
Em Agosto de 2013 começamos a reconstruir a nossa casa, com a ajuda do Agnelo Neutel e de alguns amigos e família. Hoje a casa ainda não está totalmente pronta, mas temos aprendido muito e sentimo-nos felizes por viver aqui, rodeados pela natureza e com uma energia muito boa.
No mesmo ano, a Teresa participou na fundação do jardim de infância Caracol ao Sol, baseado na pedagogia Waldorf, e que tem crescido desde então. Uma das razões para a nossa mudança já contemplava uma educação mais consciente para o nosso filho, e estamos felizes por continuar a participar neste projecto.
Pouco depois de nos termos mudado para a nossa casa, ainda muito em construção, juntou-se a nós a Ana Fonseca! Enfermeira de formação, também ela a certa altura percebeu que a vida que vivia no Reino Unido não fazia sentido. No momento em que nos conhecermos, a caminho de um retiro de meditação com o Pete Bampton, ela ficou curiosa por nos conhecer melhor e acabou por viver connosco durante um ano.
São muitas as recordações que mantemos desse período, onde a Ana se entregou de corpo e alma ao nosso projecto e às explorações que fazemos no ALP. Mas sem dúvida que aquilo que irá marcar para sempre o tempo que vivemos juntos será a profunda amizade entre os 4 e a sua relação com o Miguel. Estamos muitos gratos por te ter tido connosco, por tudo o que deste e ajudaste a acontecer, pela tua inocência e curiosidade, e pela amizade e amor que continuamos a sentir.
Em 2016 foi a vez do escocês Adam Murray se juntar a nós. Após ter vividos alguns anos na Quinta da Mizarela, e de ter saído para viver algum tempo em França, ao responder ao seu impulso de encontrar um sentido de família, também ele viveu connosco durante um ano. Graças à sua grande experiência e conhecimentos em diferentes áreas, foi uma preciosa ajuda na finalização de alguns projectos na nossa casa, principalmente o nosso sistema de aquecimento de águas sanitárias. Também estamos muito gratos ao Adam por o ter tido connosco e ficamos felizes por ele ter encontrado a família que procurava.
E em 2017 tivemos pela primeira vez uma família inteira a morar connosco por uma ano. O Floris e a Lotte, deixaram a Holanda em 2015 à procura de uma vida mais consciente, e depois de encontrarem o ALP, resolveram ficar por Portugal. Depois de ficarem grávidos da Isa fez sentido para todos nós vivermos algum tempo juntos, o que aconteceu durante um ano. Foi muito bom tê-los por cá, apesar de ter sido um grande desafio acomodar 2 famílias na nossa casa, pois tivemos a oportunidade para olhar de uma forma mais profunda para muitos dos nossos condicionamentos culturais, dos géneros masculino e feminino, sobre parentalidade e também sobre diferentes formas de viver em comunidade.
Infelizmente o incêndio de 15 de Outubro de 2017 destruiu não só todas as infraestruturas de apoio que já tínhamos construído no nosso terreno, como também a caravana onde eles moravam e o seu belíssimo yurt que construímos em conjunto. Podemos dizer que o fogo nos ajudou a todos a tomar uma decisão que já parecia evidente, a da sua saída, apesar de na altura não estar ainda totalmente clara e assumida. Estamos gratos pelo tempo que vivemos juntos e felizes por continuarmos amigos e nos apoiarmos mutuamente.
Neste momento, vivemos novamente os 4 e estamos a dedicar mais tempo à família, à casa e ao terreno. Continuamos a contar com muita ajuda e mantemos sempre a porta aberta a quem nos quer visitar. O futuro, como sempre é incerto, mas é o Presente que realmente importa e esse não tem deixado de nos sorrir...